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Do estagiário ao TJ do Rio: como um perfil fake de um jurista ganhou fama
Alvaro de Azevedo Gonzaga
29/02/2016
A história começou como uma pegadinha com o estagiário de advocacia e foi parar em uma decisão no Tribunal do Rio de Janeiro, mostra o quão a prática de confiar em informações na internet sem checar fontes tornou-se um infeliz hábito do nosso tempo.
O caso da vez é o seguinte: Dois advogados insatisfeitos com o hábito do estagiário copiar informações da internet de maneira grosseira, criaram no wikipedia o perfil do jurista Carlos Bandeirense Mirandópolis, o qual seria o criador da teoria Oferta Pública de Associação . Mandaram o estagiário pesquisar sobre o conceito inexistente e, dito e feito, o mesmo copiou e colou as informações.
Contudo, a brincadeira não acabou aí. O “famoso” personagem, o qual, segundo o wikipedia, foi perseguido pela ditadura, deu aulas na Universidade de Paris durante o exílio, foi indicado para Academia Brasileira de Letras e desempenhou papel de destaque no Diretas Já, começou a ser citado em sites, trabalhos acadêmicos e até na decisão do Tribunal de Justiça do Rio Janeiro que rejeitou o pedido de inconstitucionalidade da lei que proíbe o uso de máscaras em manifestações.
Segundo o TJ-RJ, a participação de Carlos Mirandópolis, ao lado de personagens como Lula, Ulysses Guimarães e FHC são exemplos de que não é preciso usar máscaras para se manifestar politicamente.
Quanto as máscaras, não é o caso de opinar aqui. Agora, sobre a necessidade de se checar informações antes de ler, do cuidado de não aceitar como verdade tudo que está na internet, o exemplo é bem claro. Tudo mundo já deveria saber, mas repito o bordão, não é porque está na internet que é verdade!
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