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Chicanny Rabullah e a Heresia contra os Mantras Sagrados garantETÍLICOS.

CHICANNY RABULLAH

Adriano Alves-Marreiros

Adriano Alves-Marreiros

02/08/2017

Ressurgindo dos mortos após 14 anos, agora vou ficar até ser Ministro: pra me dar bem e ainda ferrar esses que pensam que são corajosos. Mostrar pra eles que lugar de valente é ali no Caju…

Da outra vez falei de maravilhosas peças, parecereres fantásticos que escrevi. Agora quero falar de algumas coisas que muito me preocupam.

Tudo por causa dessas redes galacticossociais! Há pouco tempo esses metidos não tinham vez entre nós e nem sabiam que eram numerosos.  Aí  apareceram as malditas redes e eles conseguiram o espaço sideral que jamais demos a eles. Ah, que saudades daqueles tempos de eficiência máxima do patrulhamento ciberideológico e do galacticamente correto…

Imagina que uns fedelhos (e até mesmo uns meio idosos que não se dão ao respeito – e não são sábios como eu) começaram com uma onda de escrever artigos, livros, e pior, organizar eventos que contrariam o que nós, garanETÍLICOS, lutamos para impor ano após ano, na academia e nos tribunais. Até pouco tempo seriam ridicularizados, desprezados, impedidos de falarem, mas agora eles têm canais por onde se falam e, triste, falam à tal de Sociedade. Ousam querer que o ser etéreo existente apenas em nossos demagógicos escritos e decisões seja trocado pela  Sociedade  do mundo real! Pasmem, eles querem trabalhar com a realidade, trair nossos mantras sagrados, querem nos tirar do conforto do maravilhoso papel: que sempre aceita qualquer coisa.Sabem da última?! Não? Organizaram uns eventos para falar das (desprezíveis) vítimas de crimes. Como assim? Já morreram ou já se ferraram mesmo, para que cuidar delas?!  Temos que pensar é nos pobres criminosos vítimas da Sociedade (sim, aquele ser etéreo que mencionei). E agora fundaram um torpe grupo chamado Resistência pelas Vítimas contra a Bandidolatria  e vão fazer um seminário – que será um fracasso, óbvio – pretendendo convencer as “pessoas de bem”(Eca! Pessoas  de bem: ui, que asco) e reunir juristas burros que acham que bandidos têm que sofrer penas. Vocês acreditam que eles deram espaço até para os não iniciados em nossos Ritos, uns profanos membros da Sociedade (aquela real, deles)? Como assim? Pretendem ouvir a voz das ruas? Pretendem levar em conta o que acontece no mundo real? Pretendem proteger uma Sociedade culpada de vitimizar bandidos sem escrúpulos! Arrego! Chega de senso comum! Basta de realidade! O mundo dos livros, das sentenças garantetílicas e do galacticamente correto se basta, não precisa dessas intromissões da realidade. Nunca vi nada assim em minha longa carreira (ah, como curto uma looooonga carreira! Narciso acha feio o que não é espelho…)

Ainda bem que meu amigo tem um blog! Vou pedir pra ele descer o pau! E mais, vou arrumar uns artigos de uns amigos que odeiam o Ministério Público Esotérico! Deixa eu ver quem… Tiago Leclair, o franco-brasileiro que já fez novela e é  do MP mas adora cuspir no prato em que come (ele diz que só usa prato descartável, hahahaha!), quem sabe o Remo… Ah, Milton, de Buenos Aires, do Car… (não, melhor não completar, tenho que ser politicamente correto). Ele se aposentou como Supremo Magistrado do Planeta Prateado, nomeado pela grande Imperatriz Dark Side, descobriram umas coisas contra ele no mundo real, no fim da carreira, acontecendo nuns tais imóveis, e será até um justo desagravo a esse grande bandidólatra! Vamos provocá-los bastante, ofendendo e quando responderem: seremos as vítimas e faremos um manifesto com todos da tchurma assinando. E faremos que proíbam o evento…

Vou mandar encher o blog do meu amigo de artigos— pra bombar, pois andava tão parado, tão desprestigiado, falindo – e iniciarei uma nova inquisição contra esses hereges que querem combater a impunidade em nosso planeta. Punir pra quê?! Além de tudo são burros, será que não percebem que sendo promofofos e sendo juízes complascentes lucram muito mais?

Vendem mais livros, são convidados para os luxuosos eventos de grupos de canonização do crime, são chamados para mais palestras garantetílicas com muito uísque,  smartphone e caviar. Acham que conseguirão fazer sucesso sem repetir nossos mantras acadêmicos garantetílicos? Será que nunca leram a preciosa obra “Como fazer amigos politicamente corretos e influenciar pessoas que se ferram se discordarem”, verdadeiro cânone de nossa Escola Garantetílica Jabuticabal???

Chega! Chega! Não passarão! Gentalha: se misturando com plebeus da tal Sociedade… Hão de  vender poucos livros e  o tal evento terá só meia dúzia de gatos pingados… O quê? Esgotaram a primeira edição? Mas lançaram estes dias… Hein: as inscrições pro simpósio deles acabaram e já tem fila de espera imensa? Ai, que horror, que gente autoritária e antissocial! Fascistas! Esse Ministério Público esotérico precisa tomar jeito! Em pleno século XXI não devia mais haver espaço para Promotores-Promotores e Juízes Justos. Vou representar contra eles! Não passarão(Alô? Hein?  Você que não passou pra estagiário, mas eu gasto tanto com você…)

***

Chicanny Rabulla, protagonista e narrador de suas próprias histórias, é um membro do Ministério Público Esotérico, um dos ramos do Ministério Público Universal e elabora pareceres em processos que tramitam na Corte Maior da Justiça Esotérica. Cansado de não ser bem votado para concorrer à lista de escolha para Procurador-Mestre, decidiu, há muito tempo, mudar de sonho: quer ser Ministro para mostrar… àqueles que nunca o prestigiaram…e para consagrar, de vez, o garantetilismo penal.

Antes que surjam protestos e desagravos, esclarecemos que este é um texto de humor, do tipo besteirol e que todas as histórias são absurdas e visam, apenas a divertir. Elas não se referem a em um fato, uma pessoa ou um acontecimento real.

O autor, Adriano Alves, é Promotor de Justiça e discorda totalmente do protagonista. A arte é de autoria do magnífico artista plástico João Guilherme da Cruz Ribeiro, da Infinity e Arte da “A Arte da Leitura”.


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