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Resistências à Mudança e Deficiências do Processo de Implementação

ADAPTAÇÃO

CAPACITAÇÃO

COMPREENSÃO

RESISTÊNCIA

José Osmir Fiorelli

José Osmir Fiorelli

24/10/2017

Resumo: o processo por meio do qual se realiza uma mudança de qualquer natureza pode ser um dos fatores que contribuem para aumentar (ou reduzir) as resistências apresentadas pelos envolvidos.

A resistência à mudança é inerente a toda mudança. Contudo, ela pode ser acentuada pelo processo por meio do qual a mudança é planejada, implementada e, posteriormente, mantida.

Todo processo de mudança (assim entendido como o conjunto de atividades necessárias para realizá-la) deve ser conduzido de tal maneira que possibilite:

a) compreensão, por todos os envolvidos, da mudança em si;

O processo de planejamento e implementação deve assegurar que os envolvidos compreenderão o que ela representará para cada um deles; quais serão as diferenças entre a situação atual e a futura.

Em muitas situações as pessoas conflitam porque não compreendem a natureza ou detalhes da mudança que provocou ou mantém um litígio.

Um possível motivo são as falhas de comunicação; elas fazem com que pequenas transformações sejam percebidas como de grande impacto e provoquem reações perturbadoras.

Outras vezes, inversamente, elas não dão idéia da extensão da mudança e os conflitos surgem porque ela ocasiona alterações que ultrapassam o que se esperava.

b) tempo para a adaptação dos envolvidos;

As pessoas ajustam-se, pouco a pouco, às novas situações; quanto mais confortável e estabilizada uma situação, tanto maior o tempo necessário para que as pessoas se adaptem às transformações que a mudança acarreta.

Muitas Organizações, pressionadas por novas tecnologias,  competição e inúmeros outros fatores, alteram procedimentos do trabalho, provocam mudanças radicais nas atividades de seus colaboradores, sem lhes dar tempo de se adaptar.

Por exemplo, uma mudança de local de uma instalação industrial representa muito mais do que, simplesmente, um novo endereço de trabalho para os empregados; eles precisarão localizar moradia, encontrar novas escolas para os filhos, identificar novos prestadores de serviços pessoais etc.

Esse fenômeno acontece, também, na vida privada: a comunicação de um enlace matrimonial em curtíssimo prazo pode ocasionar grandes transtornos para pais, parentes e familiares dos cônjuges.

c) capacitação para lidar com os novos procedimentos;

As pessoas podem, simplesmente, não saber como se comportar dentro do novo contexto, sujeitas a novas exigências de desempenho; a insegurança provoca o medo.

Os colaboradores, nas Organizações, temem (por exemplo) perder a perícia; sem tempo para exercitar as novas atividades, receiam inserir falhas em produtos ou serviços, provocar acidentes ou consumir material em excesso, com conseqüências para a própria segurança e estabilidade no emprego. Esse sentimento é tanto maior, quanto maior for o senso de perícia no exercício de suas tarefas.

O mesmo acontece na vida privada. Uma mudança de local da residência pode trazer inúmeras dificuldades para membros da família quando estes realizam suas atividades cotidianas em determinados locais da cidade, tornados inadequados pela nova localização.

A incerteza, cruel madrasta dos conflitos desnecessários, encontra-se nas famílias, nos clubes, nas empresas, nas organizações em geral quando ocorrem mudanças.

São incontáveis as situações em que mudanças extremamente necessárias deixam de acontecer ou se realizam a um custo emocional e econômico proibitivo simplesmente porque:

 – acontecem sem planejamento;

– os envolvidos não recebem as informações necessárias, no tempo adequado;

– são realizadas de maneira imprópria, sem que todos os recursos estejam devidamente assegurados, todas as principais arestas aparadas e todos conheçam suas conseqüências.

Não é invulgar que os conflitos ocasionados deixem os limites dos sistemas em que se originaram (Organizações, famílias) e desdobrem-se em demandas judiciais. Busca-se que terceiros encontrem a “solução” que os partes em conflito revelaram-se incapazes de desenhar.


*Nota do autor: Leitura complementar para o item 1.2.3 – Resistência à mudança, em Mediação e Solução de Conflitos – teoria e prática, de Fiorelli, Fiorelli & Malhadas.


Veja também:

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