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Gabriel Quintanilha

Gabriel Quintanilha

26/03/2020

O maior medo da humanidade sempre foi a terceira guerra mundial. Aliás, o grande problema pensado pelos líderes foi a proliferação de armas atômicas. Em verdade, talvez tenha sido esse o motivo de não termos tido uma nova grande guerra: o medo da extinção da raça humana. Afinal, quando há paridade de armas é melhor negociar a arriscar tudo.

O problema é que não dá pra negociar com um vírus. Em menos de seis meses, as economias mais poderosas do mundo, os líderes mais respeitados e os regimes mais temidos se curvaram perante um ser menor que uma bactéria, o SARS-COV-2.

Não há na história do mundo moderno uma situação como a que vivemos. Países interligados, conectados, voos diários e um vírus de altíssima capacidade de contaminação. Quando percebemos o risco, sem saber como lidar, tomamos a decisão que pode efetivamente mudar os rumos do comércio e das relações econômicas: desligar a chave da economia global.

O mundo parou. Empresas fecharam e fronteiras também. A contaminação da economia foi mais rápida que a contaminação pelo vírus. Bolsas derreteram e a confiança no mercado desabou.

Alguns países souberam agir com rapidez e outros nem tanto, causando um temor de fazer qualquer filme de ficção científica parecer um gibi. Mortes contabilizadas às centenas, diariamente.

Já os países que testaram a presença do vírus na maior parte da população tiveram um resultado mais eficaz, como no caso da Alemanha. Lá, foram aplicados testes em massa, sendo possível o isolamento dos infectados de forma precoce, facilitando o controle da doença, reduzindo dramaticamente a letalidade. As mesmas medidas foram adotadas pela Coreia do Sul, que teve um resultado muito parecido.

No Brasil adotamos, em um primeiro momento, a paciência como a principal medida. Esperar os casos surgirem para que testes fossem feitos somente nos pacientes graves, com resultados entregues somente após a morte em alguns casos.

Na falta de um planejamento central, governadores e prefeitos passaram a adotar medidas até mesmo fora de suas atribuições. Medidas duras, como o fechamento de vias públicas, empresas, comércio, enfim um isolamento social sem precedentes.

A falta de planejamento pode ter resultados catastróficos. Com o fechamento de bares e restaurantes, os motoristas de caminhões não poderão parar para se alimentar durante sua rota, o que tornará a sua prestação de serviço insustentável, podendo causar uma crise de abastecimento.

Com o fechamento de aeroportos não chegarão os equipamentos de proteção individual necessários ao combate da doença, não chegarão os medicamentos ou mesmo os poucos testes que são utilizados no Brasil.

Sem um planejamento central, talvez nosso risco hoje seja ainda maior que de outros países do mundo. Se esse fechamento durar por dois meses, como previsto, não sabemos se a máquina voltará a funcionar ou como voltará a funcionar.

E por que no Brasil a crise pode ser maior? A resposta é simples. Estamos em uma importante crise fiscal há anos. O governo não tem liquidez para injetar dinheiro na economia. Basta verificar que nosso pacote de medidas abrange algo em torno de 85 bilhões de reais, enquanto o pacote alemão é de 750 bilhões de euros e nos EUA busca-se a aprovação de mais de um trilhão de dólares para salvar a economia. Mesmo que seja possível esticar nosso pacote de salvação, talvez será pouco para o tamanho do rombo econômico causado pelo vírus.

Não há como criar tributo agora. Criar imposto sobre grandes fortunas? Imposto sobre embarcações e aeronaves? Eles já deveriam existir antes da pandemia. A criação de tributos não surtirá efeitos no curto prazo, principalmente porque somente poderão ser cobrados no exercício financeiro seguinte. Além disso, a economia vai retrair e muitos que pagariam deixarão de se enquadrar no fato gerador.

Sem empresas não há empregos. O plano de salvaguarda no período da crise deve considerar que as empresas precisam ser salvas nesse momento, respeitando os direitos fundamentais do trabalhador.

Além disso, não podemos considerar que noventa dias, num estalar de dedos, tudo voltará ao normal. O brasileiro, que historicamente é avesso à poupança, perceberá sua importância e haverá uma dificuldade na aceleração do consumo no período pós pandemia.

Agora, no meio da crise, temos que utilizar nossa capacidade de adaptação. Os pequenos empresários devem investir na entrega de seus produtos, vendas online e redes sociais. Os prestadores de serviço devem investir na prestação de serviço remota, como atendimento tele presencial. Já as grandes tem que se programar para tomada de crédito.

E o poder público? Precisa se organizar, mudar a estratégia e começar a liberar o funcionamento da economia o quanto antes, como aplicação de testes em massa e quarentena seletiva.

Com organização e planejamento podemos ser capazes de salvar todos da morte, empregador e empregado.

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