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José Manuel de Sacadura Rocha

José Manuel de Sacadura Rocha

03/09/2020

Por quê os jogadores da NBA voltarão a jogar após os protestos contra a agressão a Jacob Blake?

Estou lendo um autor especial – Frederic Jameson, A Cultura do Dinheiro. No capítulo “Fim da arte” ou “Fim da história”, o autor indaga se Hegel tinha razão sobre a afirmação do fim da arte, e se Fukuyama e Kojève o mesmo sobre o fim da história. No caso de Hegel, a superação humana do belo figurativo clássico – como expressão do espírito rumo ao “espírito absoluto”, coletivo, expressão da totalidade – se dá na filosofia iluminista que Hegel acreditou ser a Modernidade (na política e no direito esse absoluto se encontra na filosofia do Estado/ Sociedade Civil). No caso de Kojève, um ex-stalinista e um dos formuladores da UE, assim como Fukuyama, o fim da história se dá após o “fim” da guerra fria com a prevalência do sistema capitalista de forma hegemônica na globalização dos mercados e nas políticas neoliberais dos governos.

Segundo Jameson, Hegel deve ser interpretado no funcionamento sistêmico onde um sistema se sobrepõe a outro, ideia que Marx compartilhou com a ideia do Materialismo Histórico Dialético, onde mesmo que se considerá-se a hegemonia do capitalismo, seria impossível considerar o capitalismo como o fim de qualquer coisa. O exemplo disso, diz Jameson, é que mesmo longe da epistemologia filosófica, por todo lado no mundo globalizado assiste-se às mais variadas manifestações e movimentos sociais dissonantes e desconstrutivos em sua luta por reconhecimento, que Jameson pauta como a característica da dinâmica social política da pós-Modernidade. Seria o Racismo parte desta luta? Pode o movimento antirracista fugir desta dinâmica pós-moderna? O que esperar?

E Hegel? Bem, o indicativo hegeliano é que no “estado absoluto” o processo do homem em relação à sua humanização (nova, segundo Holloway que o lê em Marx), une a cultura e a arte com a economia, como afinal Marx o predisse desde o início até sua morte (dos Manuscritos ao Capital ou talvez melhor ainda nos Grundrisse, como Jameson diz). Esta união do econômico com a arte é o que eu quero desenvolver agora já que defendi que o “novo” trabalho libertará o homem de sua alienação material e imaterial, objetiva e subjetiva, e que com o fim do fetiche do dinheiro e das mercadorias seu labor e sua arte se fundirão de volta.

Assim, o “fim” da arte em Hegel seria apenas temporal e o “fim” da história, quanto muito, uma aberração espacial dada pelos estágios mais desenvolvidos do capitalismo na era do financismo. A pós-modernidade, que Hegel não imaginou, mas Marx de certa forma, sim, substituiu o belo pelo “sublime” (tudo “apetece” assim diante do dinheiro), e a filosofia pela teoria.

Em outro lugar (livro Ética: o homem e o direito – Introdução) eu dizia que a filosofia se mercantilizava quando teorizava acerca do sentido das coisas e não a procura da “verdade”. Sempre foi muito difícil explicar isto para o nosso tempo de “todas” as verdades, ou, de verdade alguma. E eu parecia tão conservador… Mas o que eu quero dizer é que essa substituição do belo pelo sublime acaba sendo uma marcha a ré na arte porque aquilo que é sublime no mundo hoje é o capital, o dinheiro, o último fetiche das coisas, a última instância das grandes religiões. Ele baliza toda a teoria simplória, neste sentido, dos filósofos, dos clérigos, dos artistas, dos magnatas, dos pequenos burgueses e dos assalariados do capital, dos movimentos de reconhecimento e étnicos.

Mas isto não é o “fim da arte” e menos ainda o “fim da história”. É apenas o início. Jameson diz (da mesma forma que Berman e Lyotard) que a modernidade (científica e racional) ainda está por vir, e então a História verá o sistema bárbaro atual migrar rapidamente para um “aqui-e-agora” sem preocupações com os “fins” e sim com o espírito coletivo (Heidegger?), nem superior nem inferior, uma segunda humanização onde toda obra humana poderá ser apenas e simplesmente Arte!

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